A história do tratamento da doença mental é fascinante, mas deprimente. O reconhecimento da doença mental data de 2.000 a.C.. Os babilônios acreditavam na possessão demoníaca como a causa da doença mental, um estado tratado humanitariamente com uma combinação de magia e orações. As antigas culturas hebraicas consideravam a doença mental uma punição pelos pecados e contavam com a cura por meio da magia e da oração. Os filósofos gregos - notadamente Sócrates, Platão e Aristóteles - afirmavam ser o distúrbio mental resultante de processos de pensamento desordenados. Prescreviam o método persuasivo de cura por meio da força das palavras.

    No século IV, com o estabelecimento do cristianismo, o distúrbio mentalvoltou a ser atribuído aos espíritos demoníacos. O tratamento imposto pela Igreja por mais de mil anos consistia na tortura e na execução daqueles considerados possuídos pelo demônio. Iniciada no século XV e pressoguindo por 300 anos, a inquisição conduzida pela Igreja perseguia a heresia e a bruxaria, identificando implacavelmente os sintomas de doenças mentas, para os quais a única cura estava na punição severa.

    Por volta do século XVIII, a doença mental passou a ser vista como um comportamento irracional. As pessoas portadoras de doençasmentais ficavam confinadas em instituições semelhantes a prisões. Embora não fossem mais condenadas à morte, não recebiam nenhum tipo de tratamento. Às vezes,  os pacientes eram exibidos publicamente como animais de zoológico. Alguns passavam anos acorrentados às camas ou com braços e pernas presos com barras de ferro. Outros tinham arcos de ferro em volta do pescoço, presos por correntes em ganchos pendurados na parede, assim como um cão com coleira. Essas prisões ficaram conhecidas como asilos para lunáticos e eram descritas como "cemitérios para os mortos-vivos" (Scull, MacKenzie e Hervey, 1996,p.118)

SCHULTZ, Duane P.; SCHULTZ, Sydney Ellen; HISTÓRIA DA PSICOLOGIA MODERNA. Ed.: Cengage Leraning. 8ªEdição, 2008.

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